Nascido em 6 de janeiro de 1984 em Boa Vista, Roraima, uma cidade do extremo norte do Brasil, André Reis Ribeiro Galvão - nome de batismo de Rerigal - teve uma infância humilde e feliz. Rerigal é o mais velho de três irmãos e desde cedo já era possível notar que ele não era tão parecido com seus colegas da mesma idade, pois mesmo que em determinada fase da infância fossem frequentes as brincadeiras na rua com as crianças vizinhas, era comum que Rerigal ficasse sozinho, ora ouvindo música, ora vendo os programas de televisão que gostava.
Rerigal sempre foi muito sapeca e ao mesmo tempo ingênuo, tímido e sonhador, e desde essa época já sonhava secretamente em ser como os artistas (e jornalistas também) que via na televisão, além do mais, todo aquele visual espalhafatoso e todas aquelas roupas coloridas que usavam lhe chamavam bastante atenção. Rerigal também era uma criança muito curiosa e interessada em aprender coisas novas e, em meados dos anos 90, o fazia com o que tinha a seu alcance, que na época eram os programas de TV Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Telecurso 2000. Neste último alternava entre aulas de inglês e matemática.
Entre idas ao colégio, brincadeiras com os colegas no quintal e artimanhas diversas da infância, Rerigal gostava muito de ir à uma horta perto de sua casa - que pertencia a sua avó paterna - e andar pelo terreno, regar as hortaliças, observar as borboletas e joaninhas douradas que haviam ali e também comer mangas, que eram colhidas de uma árvore do local. A propósito, manga sempre foi sua fruta preferida e, das duas mangueiras que havia no quintal de sua casa, era comum ver Rerigal sentado num galho de uma das árvores comendo o fruto e olhando para o céu. Tudo era muito simples e ao mesmo tempo mágico. Estudou durante toda a infância e início da adolescência numa escola do bairro onde morava, chamada Escola Estadual Presidente Tancredo Neves, onde concluiu o ensino fundamental.
Em 1996 Rerigal passou por sua primeira mudança, que foi quando seus pais se separaram. Nesse período passou a morar com a mãe e os irmãos e a vida e suas descobertas já começavam a se apresentar. Já adolescente, após a separação dos pais, Rerigal passou a estudar numa escola de formação de professores, mas não concluiu a formação, que era agregada ao ensino médio. Inclusive, aqui foi quando começou a fase que todo adolescente enfrenta: a rebeldia.
O ano era 2000, de um lado a ausência da responsabilidade paterna, do outro sua mãe trabalhando incessantemente como costureira para manter a casa e alimentar os filhos. Rerigal, por sua vez apenas ficava responsável pelos irmãos e pelas atividades domésticas. Esta fase foi marcada por algumas limitações financeiras e também por muitos atritos familiares - alguns, frutos da rebeldia do seu prematuro eu incompreendido.
Em 2001 veio sua primeira grande perda: o falecimento da avó paterna. Eram dias difíceis e, mesmo sem saber, desde cedo Rerigal já estava sendo moldado pelas circunstâncias da vida e cada desafio era uma nova oportunidade para descobrir algo sobre si mesmo e sobre o mundo ao seu redor, acostumando-se então com a constante transição entre seu eu racional e seu eu emocional. Sua infância e adolescência foram marcadas por uma mistura de comédia e tragédia, indo da inocência à rebeldia, da espontaneidade à introspecção e, entre tantos outros estados de transição, assim foi-se moldando sua personalidade e caráter e preparando-o para enfrentar os desafios que o futuro lhe reservava.